sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"... os que vêem a Deus, recebem a vida." Santo Ireneu

Quem a Deus poderá ver?
Só quem ama tem coração
Preparado para acolher,
Para se entregar ao irmão
Sem nada o perturbar
Sem nada o prender
Só esse, de Deus terá visão,
Só esse, sem limites poderá amar
Na pobreza e no sofrer.

Esta visão de Deus Amor
É que nos dá vida
É que nos faz sorrir na dor
E não ter medo da partida.
Senhor, que eu Te saiba acolher
Na alegria e na Tristeza,
Em todo o meu viver,
Seja cativo ou em liberdade,
Em dúvida ou na certeza,
Mas sempre Te tendo fidelidade.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A Oração

Vivemos numa sociedade em que a facilidade e a preguiça tentam reinar, em que a vida é controlada pelo capitalismo cego e o tempo impaciente, e, perante tal, Deus é afastado, é obrigado a passar para segundo plano. Conseguiremos nós caminhar, quando afastamos o caminho, ou viver quando afastamos a vida? Isto é o que acontece, afasta-se Deus, esquecendo-se que a fonte da vida é Ele, e mesmo assim dizemo-nos cristãos. Mas haverá algum cristão que o seja sem Deus ou sem a Oração?
A Oração, sendo um diálogo com Deus, um meio de comunicação dos homens com Deus e vice-versa, deve ser o centro da vida do cristão. Mas, cada vez mais, o tempo que se disponibiliza para a oração é efémero, contado ao segundo.
Deus dá a cada um de nós um tesouro de dons e carismas, tesouro este que se encontra num vaso de barro, vaso de fragilidades, de medos, de angústias. Não é no vaso que Deus quer que nós nos centremos, mas sim no tesouro que ele contém e que permanece escondido. Só através da oração pessoal e comunitária, da escuta e da nossa vontade, se consegue vencer as fragilidades, os medos e suas angústias, de modo que o seu tesouro vá sendo posto a descoberto e vá rendendo a favor dos irmãos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

"... tu amas-Me...?" Jo 21, 15

Senhor, Vós sois amor,
Como poderei viver sem Vos amar?
Existiria vida sem Vós, Senhor?
Eu vos amo e quero caminhar
Ao vosso lado, eu Deus, meu Salvador
E peço-Vos perdão pelas quedas que possa dar.

Senhor, Vós sois caminho,
Ajudai-me a caminhar ao vosso lado
A levar aos outros o Vosso carinho,
A partilhar o que me é dado,
O vosso amor, vida e santidade.
Que, como Vós nos destes, eu me saiba dar
Aos outros, para os ajudar a caminhar.

Tu amas-Me...?
É a questão do Vosso amor.
A resposta Vós a sabeis, Senhor.
Mas grande é a minha fragilidade
E minha fé de fragil expressão.
Contudo, Deus de Verdade,
Vós sabeis ler o meu coração
E sabeis toda a realidade.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Respeito...

O ser humano é um ser essencialmente social, na medida em que não consegue viver isolado do mundo, precisa de sociabilizar para viver. Para tal, tem de assimilar um conjunto de normas, atitudes e valores, que o ajudem a inserir-se numa sociedade livre e tão diversificada. Mas será esta sociedade verdadeiramente livre? Não estará a sociedade aprisionada na sua cultura, desrespeitando a sua diversidade?
Pois bem, não existe verdadeira liberdade se não houver respeito e o respeito é uma das atitudes que temos que adquirir para que possamos viver em sociedade. Respeito pela diferença de hábitos, costumes ou tradições, de cores, condições sociais ou idades, mas tudo começa pelo respeito por nós mesmos, pois se nós não nos respeitamos a nós próprios, não podemos respeitar o nosso próximo e muito menos as suas diferenças.
O respeito é um dos pilares da sociedade, que durante muito tempo esteve danificado e que assim permanece ainda hoje, pois dizemo-nos “respeitadores”, mas o racismo ainda existe, a dignidade humana continua a ser violada, fechamo-nos em nós mesmos e não nos abrimos às outras religiões, à diferença. Será isto respeito? È claro que não. Respeitar é lutar contra o racismo e as formas de descriminação, é combater as violações à dignidade humana. O respeito não é um combate com a diferença, pelo contrário, é aceitar a diferença é com ela fazer caminho rumo à convivência harmoniosa, mas não nos esqueçamos que, antes de partimos para o respeito social e cultural, temos de cultivar bem o respeito pessoal, o respeito pela nossa vida.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"... quando quiser deixo de fumar..."

O fumo é uma realidade actual e que, mesmo com tanta informação sobre os seus malefícios, atrai muita gente, principalmente jovens. Mas o que motiva tanta gente a fumar? O que os faria parar?
O tempo passa e o fumo vai matando tantos jovens, que inconscientemente se dizem não viciados no tabaco, mas que se deixam envolver pelas suas teias e se embriagam nesta fatalidade.
Um jovem envolveu-se com o tabaco, por brincadeira e sem consciência da sepultura que estava preparando. Sentia-se o maior e adiava constantemente uma decisão inadiável, dizendo, o que actualmente muito se ouve, "Eu não sou viciado e quando quiser deixo de fumar". O que esse jovem não pensava, é que estava a jogar um jogo demasiado perigoso, que esse seu "amigo" o apunhalava a cada bafo.
Jogou e se agradava da brincadeira, até que o inesperado aconteceu, o jogo o dominou e viu-se numa situação muito conplicada, encorralado pelo disfarçe e pelo medo dos pais descobrirem, o que o fazia sofrer. Graças a Deus, os olhos desse jovem abriram-se, mas foi necessário passar pelo sofrimento, não tanto de si próprio, mas, sobretudo, o de ver as pessoas que amava a sofrerem, por um sofrimento inconsciente e disfarçado.
Deus deu a esse jovem uma nova oportunidade e fê-lo pensar na expressão "isso é comigo e se tiver que sofrer, sou eu que sofro", muitas vezes, usada para afastar quem lhe tentava abrir os olhos. Expressão totalmente egoísta e inconsciente, que ele próprio experimentou, quando, por diversas vezes, observou sua mãe que tentava disfarçar o choro quando este se aproximava. Como estaria o coração daquela mãe, vendo o sofrimento de seu filho?

sábado, 15 de novembro de 2008

"Qual o valor da vida?"

Vivemos num mundo onde tudo se torna banal, onde o sentido e a dignidade que a vida têm se vai perdendo a cada instante que passa, onde se critica o fundamento da vida e se apoia a liberdade de escolha de colocar termo à vida sem que nada nem ninguém se lhe possa opor. Mas afinal, será que a vida é um brinquedo que se compra e com o qual se brinca? Será a vida um peso que nós temos que carregar? Será a vida o objecto da ganância e do egoísmo, onde não existe nada, a não ser nós mesmos e a sede de posse, de ter? Ou será um dom que nos foi dado para servirmos o próximo com amor, dando graças ao nosso Criador?Pois bem, caríssimo, muitos pensam que a vida é um brinquedo e passam a vida a brincar, envolvendo-se em brincadeiras perigosas, com que a podem exterminar. Brincadeiras estas, por vezes, inconscientes ou motivadas pela própria sociedade descrente que nos rodeia, pela sede de se afirmar ou mesmo por puro egoísmo. Neste sentido a vida torna-se uma prisão, um peso que temos de carregar.
Mas, na verdade, a vida não é nenhum peso e muito menos deve ser uma prisão, pois Deus criou-nos livres, para que na liberdade possamos amar e viver no Seu amor. Logo se o Criador nos deu a liberdade é porque temos que a merecer e merece-la não é uma brincadeira mas sim uma responsabilidade, um tornar-se melhor a cada instante, mesmo que à nossa volta todos nos critiquem. Graças temos que dar a Deus nosso Criador, que nos deu o maior tesouro que existe, a vida, e que ninguém nos lo pode tirar a não ser Deus.
Portanto caríssimo vive na presença do Senhor e da-Lhe graças todos os dias pelo dom precioso que nos concedeu. Não desejes colocar termo á vida, pois Cristo sofreu por nós e deu a Sua vida para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A amizade

No caminho da nossa vida, Deus vai-nos concedendo alguns dons. A amizade é um desses dons que Deus concede a todas as pessoas, para que não caminhem fisicamente sozinhas e têm alguém que as ajude a encarar as dificuldades com coragem, dando-lhe, por vezes, o seu próprio exemplo, ao partilharem as experiências marcantes.
Pois bem, que nos interessa ter tudo de bom e do melhor se não temos amigos que nos oiçam, que partilhem as suas experiências, e que nos ajudem a caminhar? A amizade é um sentimento importante na vida de cada ser humano, é o sentimento que nos ajuda a vencer a solidão. A amizade é muito marcante, na medida em que a maior parte das descobertas, que vamos fazendo ao longo da vida, são realizadas no seu seio, e muitas vezes marcam-nos até à partida.
É na essência da amizade que são fomentados alguns valores que nos tornam humanos, é verdade que, muitas vezes, já vêm da família, mas também não nos podemos esquecer que a família é parte integrante da amizade apesar de a ultrapassar. Ou seja, olhemos para uma flor. A família é o semeador, que semeia, rega, arranca as infestantes, … mas a água que a rega e o adubo que ajuda a crescer é a amizade.Apesar de ser um pilar importante na vida do ser humano, a amizade é submetida a dons como a família ou a vida, a oração ou a Revelação, que a englobam

terça-feira, 11 de novembro de 2008

“Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?” Rom 8, 35

Sendo de condição divina, Cristo veio junto de nós para nos revelar o verdadeiro Amor de Deus. Amor que não tem limites, amor que O levou a abraçar a cruz e vencer a morte, dando-nos a Salvação.
Como reagimos perante tal amor? Nós que até vamos à missa, que nos dizemos cristãos e nos pronunciamos como amantes de Cristo, nós somos, muitas vezes, os primeiros a negar o amor de Cristo, em coisas tão simples, como estender a mão ao irmão que sofre, mesmo ao nosso lado, como abraçar o nosso colega abatido e desmotivado, como saber humilharmo-nos perante as nossas faltas, pedindo perdão, como ser capaz de aceitar a diferença e com ela fazer caminho. Coisinhas tão simples que nos afastam do Amor de Deus.
O Apóstolo S. Paulo, dirigindo-se aos irmãos de Roma, coloca a questão: “Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?”. Uma questão profunda, que hoje não é dirigida apenas aos irmãos de Roma, mas sim aos irmãos do mundo, pois a nossa sociedade deixa-se alienar pela superficialidade, pelo materialismo, pela libertinagem, deixa-se embeber nos valores do supérfluo, do efémero, do ilusório, negando a essência da vida, o Amor gratuito e desmedido do nosso Deus.
Mas S. Paulo não se fica pela questão, vai mais longe e, recordando as tribulações passadas, a “tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada”, por causa do Evangelho, dá-nos uma resposta verdadeiramente cristã, nada nem ninguém nos pode separar do Amor de Deus.
Seremos nós capazes de abraçar a resposta de S. Paulo e fazer caminho com ele, libertando-nos do que é mundano, firmando-nos na fé, crescendo na esperança e dando-nos por inteiro na caridade? Pois bem, só assim, poderemos acolher verdadeiramente o Amor desmedido de Deus.